Na certa você já ouviu falar nesse problema. Longe de ser coisa de ficção científica, o surgimento de bactérias que sobrevivem aos medicamentos criados justamente para combatê-las é real e preocupa autoridades de saúde em todo o mundo.
Recentemente, a diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS) Margaret Chan chegou a dizer que estamos prestes a perder essas curas milagrosas – os antibióticos – e que, num futuro não muito distante, eles deixarão de produzir efeito contra infecções muito comuns em crianças pequenas, como otites e amigdalites.
A projeção sombria parte da constatação de que, hoje em dia, os remédios mais usados para combater doenças como a tuberculose já têm sua eficácia comprometida. A história lembra a penicilina, durante muito tempo uma grande arma contra infecções. As bactérias aprenderam a resistir a esse princípio ativo e outros antibacterianos tiveram de ser criados. O uso abusivo está entre as principais causas da resistência.
Em 2010, os Estados Unidos registraram 258 milhões de prescrições de antibióticos orais. Em alguns estados, a relação chegou a 936 prescrições para cada grupo de 1000 pessoas. Os especialistas estimam que metade delas pode ter sido desnecessária. Para complicar, os altos custos e a demora das pesquisas desestimulam a indústria farmacêutica, que tem investido cada vez menos na descoberta de novos antibacterianos. É por causa deste cenário crítico que no Brasil, há dois anos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda de medicamentos com antibióticos sem receita médica.
Como todas as bactérias vão aprender a se defender dos agressores, o melhor é adotar medidas preventivas com a família toda que afastem esses micro-organismos. “A higiene é fundamental, com banhos diários, casa, brinquedos e mãos sempre bem limpos. A alimentação adequada, conforme orientação do pediatra, garante nutrientes que permitem o pleno desenvolvimento da criança e de seu sistema imunológico”, acrescenta a infectologista Silvana de Barros Ricardo, integrante do comitê científico de bacteriologia clínica da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Como todas as bactérias vão aprender a se defender dos agressores, o melhor é adotar medidas preventivas com a família toda que afastem esses micro-organismos. “A higiene é fundamental, com banhos diários, casa, brinquedos e mãos sempre bem limpos. A alimentação adequada, conforme orientação do pediatra, garante nutrientes que permitem o pleno desenvolvimento da criança e de seu sistema imunológico”, acrescenta a infectologista Silvana de Barros Ricardo, integrante do comitê científico de bacteriologia clínica da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Vacinas
As doenças respiratórias, como gripe e pneumonia, são os principais motivos de internação infantil e até de mortalidade. Embora causadas principalmente por vírus, podem ser agravadas pelas bactérias que se aproveitam da lesão viral e das secreções para se instalar. Surgem então a otite e a pneumonia, que devem ser tratadas com antibióticos porque não se curam espontaneamente. Para evitar que a situação chegue a este ponto, a vacinação deve estar em dia. Imunizada contra a gripe, a criança terá menor propensão às doenças oportunistas e a suas complicações, ficando menos reféns dos antibióticos. Há também vacina contra pneumococos, bactérias causadoras da pneumonia, da meningite e de outras infecções.
Homeopatia
O tratamento homeopático é outra opção para a redução desses medicamentos. “Além de evitar diversas doenças, inclusive infecciosas, a homeopatia é capaz de tratar quadros agudos com medicação específica, individualizada, isenta de efeitos colaterais”, afirma o diretor da Associação Médica Homeopática Brasileira e pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Sergio Eiji Furuta. Segundo o pediatra-homeopata, uma pesquisa de sua autoria, realizada na Unifesp, demonstrou a eficácia do tratamento homeopático em crianças com amigdalites recorrentes.
Precauções
Quando o único jeito é o médico apelar para o antibiótico, é preciso seguir às risca todas as recomendações quanto às doses, horários e duração do tratamento. No caso de uma pneumonia, por exemplo, é necessário tomá-lo durante dez dias para matar todas as bactérias. “É claro que a criança vai apresentar melhora lá pelo quinto dia; no sexto, vai parecer ótima. Só que além da melhora clínica, é fundamental a erradicação do foco bacteriológico”, destaca Silvana Ricardo.
Como reforçam os especialistas, embora você não saiba, estará contribuindo para o aumento da resistência bacteriana quando não seguir tais orientações. Isso porque a chamada subdose mata apenas as bactérias mais fracas. As mais fortes, e mais perigosas, sobrevivem, se reproduzem e ganham tempo para se adaptar e se multiplicar ainda mais.
Outro motivo para obedecer às recomendações médicas quanto ao uso correto dos antibióticos – eliminando, assim, os focos da infecção de maneira definitiva -- é reduzir a exposição do seu filho aos efeitos colaterais dessa classe de remédios. Afinal, o medicamento não é seletivo a ponto de atacar somente as bactérias causadoras de doenças. “Da mesma maneira que combatem os agentes infecciosos, os antibióticos também atacam outros que são benéficos ao organismo, como aqueles responsáveis pelo equilíbrio da flora intestinal, da saúde da pele e da garganta. Por isso, podem abrir caminho para outras doenças”, afirma Renato Kfouri, pediatra, neonatologista e presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
Por Cida de Oliveira
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