jovens inventores africanos criam tablet para monitorar o coração e sabonete que repele o mosquito da malária
Jovens empresários africanos estão dando um gigantesco passo na solução de alguns dos problemas de saúde mais urgentes do continente. O engenheiro camaronês Arthur Zang, de 24 anos, desenvolveu um tablet digital médico, chamado Cardiopad, equipado com uma tela sensível ao toque que realiza testes de eletrocardiograma (ECG) para determinar a atividade do coração e diagnosticar doenças.
As doenças do coração estão aumentando na África, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Com uma população de mais de 20 milhões, Camarões tem menos de 40 cardiologistas do país. A maioria deles está em centros urbanos, o que dificulta o acesso de pacientes em áreas rurais. Por isso, Zang afirma que a invenção portátil torna-se ainda mais útil. Com uma bateria que pode durar cerca de sete horas, o Cardiopad elimina a necessidade de eletricidade durante a consulta. Isso que é crucial, diz Zang, pois a maioria da população rural de Camarões não tem acesso à eletricidade.
Atualmente, o Cardiopad custa entre US$ 2 mil e US$ 3 mil, menos do que as máquinas convencionais. Com uma taxa de confiabilidade de 97,5%, de acordo com o inventor, pode ser um dispositivo salva-vidas para pacientes cardíacos em Camarões.
Malária
Enquanto isso, dois estudantes africanos que moram nos Estados Unidos, Moctar Dembélé, de Burkina Faso, e Gérard Niyondiko, do Burundi, ganharam um prêmio no valor de US$ 25 mil, da Universidade da Califórnia, por inventarem um sabão capaz de repelir mosquitos que transmitem a malária. Eles são os primeiros africanos a vencer a competição Global Venture Social Competition, realizada pela universidade. Os estudantes pretendem investir o dinheiro na produção do sabão, que eles nomearam Faso.
O produto é feito completamente de ingredientes naturais disponíveis na África, incluindo citronela, óleo essencial de capim-limão, manteiga de karité e um “ingrediente secreto” que os inventores dizem que ajuda a matar as larvas do mosquito.
Segundo a OMS, mais de 600 mil mortes em 2010 foram causadas por malária, mais de 90% ocorrem na África. “Queremos uma solução simples, porque todo mundo usa sabonetes, mesmo em comunidades muito pobres”, diz Dembélé, que também é o gerente-geral da Faso Soap. Seu parceiro, Niyondiko, antecipa a venda do sabão por US$ 0,59 a barra.
Reportagem de Pavithra Rao, da African Renewal.
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