As alterações menstruais são freqüentes entre as adolescentes, gerando grande preocupação entre as meninas e os seus pais. No Brasil, a idade média para a primeira menstruação, denominada menarca, ocorre aos 12 anos. A menarca é considerada normal quando ocorre entre os 9 anos e 6 meses até os 16 anos, sendo puberdade precoce antes deste período e puberdade atrasada após este período.
A menstruação geralmente está associada ao final da puberdade, mas isso não significa que o eixo hormonal hipotálamo hipófise gonadal esteja completamente maduro. O comum é justamente o contrário, ou seja, que o eixo hormonal ainda funcione de um modo irregular e assim os ciclos menstruais sejam desregulados, podendo menstruar duas vezes no mês ou mesmo pular alguns meses.
Após a menarca, os ciclos menstruais durante os dois ou três primeiros anos são frequentemente anovulatórios, isto é, sem ovulação, exatamente porque o eixo hormonal está imaturo, sendo esta a principal causa da irregularidade menstrual. Esta é uma causa benigna denominada sangramento uterino disfuncional, mas existem outras causas hormonais que merecem tratamento e que podem ser preocupantes tais como: síndrome de ovários policísticos, alterações da tireóide (hipo ou hipertireoidismo), distúrbios da prolactina, anorexia nervosa entre outras doenças. Assim, é sempre importante procurar uma avaliação médica para confirmar se estas alterações menstruais são próprias da puberdade ou se são outras doenças associadas.
Mesmo na síndrome uterina disfuncional, algumas meninas podem apresentar sangramento excessivo ou com duração prolongada, chegando até à anemias intensas. Nestes casos também é indicado medicamentos hormonais para regularizar o ciclo, geralmente utilizados entre 6 meses a 1 ano.
Enfim, é sempre importante acompanhar estes casos com uma avaliação médica periódica, lembrando sempre que a adolescente deve anotar em uma caderneta os dias em que está menstruada, pois desta forma é possível fazer um controle adequado e diagnosticar outras causas de sangramento anormal caso o problema persista.
Drª Adriana Beletato S. BalancieriEndocrinologista Pediátrica
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