É o início do desenvolvimento sexual secundário antes dos 8 anos nas meninas e dos 9 anos nos meninos.
Basicamente a puberdade precoce pode ser de origem central ou periférica. A puberdade precoce central ocorre quando há uma alteração na secreção do hormônio liberador das gonadotrofinas (GnRH), que é produzido em uma região específica do cérebro, o hipotálamo, levando assim a uma ativação o eixo hormonal hipotálamo-hipófise-gônadas. Na puberdade de origem periférica não há alteração do eixo hipofisário, mas um aumento dos níveis de estrogênio ou testosterona, que atuam diretamente estimulando as gônadas.
Nas meninas predomina a puberdade precoce de origem central de causa idiopática, ou seja, sem uma causa conhecida. Sabe-se que as meninas com baixo peso ao nascimento, adotadas, obesas ou expostas a substâncias químicas que alteram os estrogênios (endocrine-disrupting) apresentam um risco de 10 a 20 vezes maior para desenvolver puberdade precoce. Outras causas menos freqüentes são tumores do sistema nervoso central, principalmente o hamartoma e tumores de ovário. Em relação aos meninos, mais de 50% dos casos apresentam uma causa orgânica, principalmente tumores do sistema nervoso central e testículos, sendo que todos devem ser extensamente investigados.
As meninas iniciam geralmente com broto mamário seguido de aumento das mamas, pêlos pubianos e axilares, odor axilar, crescimento acelerado, além de aumento da oleosidade da pele, espinhas e acne. Os meninos por sua vez cursam com aumento dos testículos (2,5cm ou menor que 4ml), pêlos pubianos e axilares, odor axilar, alteração do comportamento com tendência a agressividade, crescimento acelerado, espinhas, acne e alteração no timbre de voz. Na maioria das vezes a criança não apresenta este quadro clínico completo, somente alguns sinais, mas que já podem ser indicativos do início da puberdade precoce, devendo ser corretamente avaliada e se necessária instituída a terapêutica adequada.
O diagnóstico é realizado através da história clínica, exame físico e exames complementares. Dentre os exames complementares nós temos os hormonais e os exames de imagens como: radiografia de idade óssea, ultrassonografia, tomografia e ressonância nuclear magnética de crânio. É importante salientar que o diagnóstico é individualizado e os exames são direcionados conforme cada caso.
Nos casos de puberdade precoce central o tratamento é através de bloqueio hormonal. As medicações mais utilizadas são denominadas análogos de GnRH, que tem como finalidade a regressão e a estabilização puberal. Esta medicação é injetável, intramuscular, aplicada tradicionalmente de modo mensal. Atualmente dispomos de análogos com aplicações a cada 3 meses, o que facilita o tratamento. A duração do tratamento é determinada por vários fatores, mas geralmente deve ser mantido até 12 a 13 anos de idade óssea. Já o tratamento da puberdade precoce periférica depende muito da causa, podendo ser a retirada do tumor em alguns casos e uso de medicações que bloqueie a ação dos estrogênios ou testosterona em outros.
Essencialmente por dois motivos: primeiro, para evitar transtornos psicológicos e de comportamento associados a esse desenvolvimento sexual, inclusive gravidez precoce. Segundo, para melhorar a altura final, pois na puberdade precoce há uma maturação óssea acelerada que geralmente leva a baixa estatura.
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