MÃE TERRA

"TUDO O QUE EXISTE E VIVE PRECISA SER CUIDADO PARA CONTINUAR A EXISTIR E A VIVER:UMA PLANTA,UM ANIMAL,UMA CRIANÇA,UM IDOSO,O PLANETA TERRA"

Leonardo Boff

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Álcool e Saúde


Nas últimas semanas tem se falado muito sobre o uso do álcool, principalmente entre jovens. Provavelmente surjam políticas mais rígidas em relação ao consumo de álcool entre os jovens, então vamos entender melhor sobre o assunto.

Mas afinal o que exatamente o álcool faz a nossa saúde? Bem isso depende de várias coisas, então vamos explorar um pouco o assunto.

O álcool é uma substância que causa uma inibição de parte da atividade nervosa dando uma sensação de relaxamento. “Relaxar” células nervosas significa também que, sem exceções, nossos reflexos, raciocínio e capacidade de julgamento também ficam prejudicados, por isso de tantos acidentes e problemas ligados ao álcool.

Como tudo na vida depende da quantidade e frequência, o consumo leve de álcool pode até ser benéfico para a circulação por exemplo, mas aumentando um pouco essa dosagem passa a ser um problema.

Sabe-se que o álcool é bem calórico e engorda, e se você faz academia ou qualquer atividade física e pensa que a cervejinha vai ser útil por ser calórica você esta bem enganado. A estrutura química do álcool faz com que seja bem difícil de metabolizar, prejudicando a absorção e processamento de outras substâncias importantes, no fim das contas você perde massa muscular e ganha barriga. Fora isso várias doenças são associadas ao uso contínuo de álcool como alguns cânceres, úlceras, gastrite e cirrose.

Quando falamos de uso de álcool por crianças e jovens o impacto é um pouco diferente. O sistema nervoso dos jovens ainda está em formação até os 18 anos, sendo que quanto mais jovem mais prejudicial é para o bom desenvolvimento do cérebro. Os problemas variam de déficits de aprendizagem, falhas permanentes de memória, dificuldade de autocontrole e ausência de motivação. Além disso, o abuso de álcool na juventude faz com que o jovem fique cinco vezes mais propenso a se tornar alcoólatra na idade adulta.

Na gravidez então é seríssimo! Grávidas não deveriam consumir álcool pelo simples fato de que o feto, em formação, recebe diretamente esse álcool do sangue da mãe para seu sangue, e isso prejudica muito o desenvolvimento dele, podendo inclusive nascer dependente químico de álcool, além de favorecer o aparecimento de algumas doenças neurológicas, mal formações, e até retardo mental. Segundo a Organização Mundial de Saúde, todo ano 12.000 bebês crescem com problemas relacionados ao consumo de álcool pela mãe.

Uma pesquisa, em que colaborei, feita nas Casas do Adolescente do Estado de São Paulo, programa destinado ao atendimento integral ao adolescente, mostra que o início do consumo de álcool entre os jovens inicia-se entre 12 e 15 anos de idade e mais de 20 % inicia o uso em família, sabemos também que não há praticamente nenhuma dificuldade de jovens comprarem álcool, a mistura de vários tipos de bebidas e consumo frequente são bem altos e estão crescendo nesta população.

Bem, agora fazendo a parte crítica desta coluna, vamos refletir um pouco sobre a “onipresente” Mídia. As propagandas de bebidas alcoólicas vem sendo veiculadas o tempo todo, em diversos horários, sempre associando a bebida à mulheres, lugares lindos, carrões, carnaval ou qualquer coisa que lembre prazer. Essa associação é feita não só com o álcool, mas, neste caso especificamente, o uso de álcool é associado ao prazer e para o jovem fica associado à liberdade, à independência e virou como um ritual social, onde automaticamente temos que beber sempre que estamos com os amigos por exemplo.
Como os pais também consomem, e muitos até mesmo dão para seus filhos, fica quase autorizado o seu filho de 12 anos tomando cerveja na rua com os amigos.

Vendo esta imagem de propaganda de cerveja  Antártica de 1907 aqui no Brasil, podemos pensar o quanto isso acontece ainda, e o quanto permitimos que isso seja ditado pela mídia para nossos filhos, lembrando também que nós adultos, também somos vítimas disso, e portanto devemos sempre refletir o quanto somos de fato “independentes”, donos de nossas escolhas.

Fica então a reflexão: Será que existem pessoas interessadas em escolher por nós? Nós lutamos contra isso ou simplesmente somos levados por essa onda?


Fonte:Caio Fábio S.Portella



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