São Paulo - A Secretaria Municipal de Saúde faz campanha esta semana, na capital paulista, para estimular a prevenção ao papilomavírus humano (HPV). O vírus sexualmente transmissível está relacionado ao câncer de colo de útero, vulva, vagina, ânus, da cavidade bucal e laringe, entre outros. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de colo do útero é o segundo tipo da doença mais frequente entre as mulheres, com aproximadamente 500 mil casos novos por ano no mundo, sendo responsável pela morte de cerca de 230 mil pessoas do sexo feminino anualmente.
Os homens também são infectados pelo HPV. Em pacientes com câncer de pênis, estudo do Inca, feito em parceria com o Instituto de Virologia da Fiocruz, constatou que 75% dos diagnósticos desse tipo de tumor estão associados à presença do vírus.
Segundo o médico ginecologista Celso Galhardo Monteiro, coordenador do Programa Municipal de DST/Aids, entre os principais sintomas de contaminação pelo vírus estão o aparecimento de verrugas na pele e na mucosa das áreas infectadas, com grande incidência nas regiões genitais. Monteiro destacou que as ações em postos de atendimento especializados em DST/aids e em toda a rede municipal durante esta semana visam principalmente a estimular o autoexame. 'Ao verificar a presença dessas verrugas, a pessoa deve procurar imediatamente um médico, que o encaminhará para fazer exames, como o papanicolau.'
O médico ressalta que, quanto antes o vírus for detectado, mais chances existem de evitar o câncer. 'O período entre o momento de contaminação pelo vírus e o aparecimento de tumores é em média dez anos e o tratamento antecipado evita a evolução da doença.'
Monteiro informou que o HPV tem mais de 100 variações, porém, quatro delas, os tipos 16,18,31 e 45, são responsáveis por 80% dos casos de câncer de colo do útero e 90% das verrugas genitais. 'Já existe uma vacina para essas variações, porém, ainda não faz parte do calendário de vacinação determinado pelo Ministério da Saúde. Em nossa campanha, vamos vacinar meninas portadoras do vírus HIV, na faixa etária entre 9 e 13 anos, e que já são acompanhadas em nossa rede de atendimento. Nessas pessoas, os sintomas do HPV são mais resistentes e agressivos, por isso priorizamos esses pacientes', explicou.
De acordo com ele, homens e mulheres, de qualquer faixa etária, que queiram se vacinar devem procurar atendimento na rede particular.
Segundo a Secretaria de Saúde, como os casos de HPV não são de notificação compulsória, ou seja, o médico não é obrigado a informar os diagnósticos, não existem estatísticas seguras sobre a prevalência do vírus.
Agência Brasil
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