MÃE TERRA

"TUDO O QUE EXISTE E VIVE PRECISA SER CUIDADO PARA CONTINUAR A EXISTIR E A VIVER:UMA PLANTA,UM ANIMAL,UMA CRIANÇA,UM IDOSO,O PLANETA TERRA"

Leonardo Boff

sábado, 18 de fevereiro de 2012

ÁLCOOL,DROGAS,LANÇA-PERFUME

ÁLCOOL

Qual droga é o maior vilão do Carnaval?


Bem, eu diria que o álcool é o maior e mais conhecido vilão pois seus prejuízos são conhecidos e aumentam muito no carnaval. Este aumento é diretamente ligado ao fato de que na cultura brasileira tanto como outras, a comemoração envolve prazer e \"estados alterados\"; o que o álcool possibilita. E como carnaval, eu diria, é nossa maior festividade nacional, estão estritamente ligados. Mas vale lembrar que o álcool é o 2º vilão o ano todo, só perde para o cigarro.

Quais são os maiores problemas associados a ela?

São os problemas mais conhecidos como acidentes de carro, gravidez indesejadas e/ou DSTs devido ao sexo desprotegido pois o indivíduo alcoolizado não \"decide\" com sã consciência. Como diria uma colega minha, existe a miopia alcoólica, ou seja, não se enxerga longe (a longo prazo) as consequências dos atos no presente.

Mas, posso enumerar outras como brigas, violência doméstica, vandalismo e o aumento do risco de indivíduos abusadores de álcool (quase alcoolatras) tornarem-se dependentes e a lista de prejuízos físicos, sociais, familiares e psicológicos não caberia aqui.

O que se deve fazer pra passar a bebedeira ou não ficar tão bêbado?

Se a pessoa decidiu que vai beber, deve beber devagar, alternar bebidas álcoolicas com água, sucos ou isotônicos (Ex: Gatorade) e alimentar-se bem, antes, durante e depois. Eu elegeria como a mais importante, beber água.

LANÇA-PERFUME

E lança-perfume, ainda rola muito? Quais os seus perigos

O lança-perfume ainda rola muito e sempre vai rolar. Seus efeitos agem com muita rapidez - de segundos a minutos, no máximo - e desaparecem rapidamente, entre 15 e 40 minutos.

Considero que o maior risco da inalação do lança-perfume é uma parada cardíaca ou respiratória. Acredito que, como o efeito é rápido, usa-se mais vezes e fica-se cada vez mais alterado e menos ciente do perigo. Até o momento em que não se tira mais o pano embebido com a substância da boca e só se respira isso. É aí que mora o perigo pois também pode-se desmaiar e só inalar.

E o ecstasy, também rola no Carnaval?

No que diz respeito ao ecstasy, o uso tem aumentado e como não recebe atenção, as pessoas consomem como se não houvesse problema e ainda mais no carnaval. Na verdade, existem muitos problemas, como diminuição rápida e grave da capacidade cognitiva, principalmente, memória e aprendizado.

OUTRAS DROGAS

Que outras drogas rolam no Carnaval?

Todas, afinal Carnaval é festa e \"pode tudo\", então, cada um usa a sua droga de preferência.

Infelizmente, tenho notado que o uso de ecstasy tem aumentado bastante e atingiu todas as classes sociais, festas e \"tribos\". Então, os indivíduos usam também no carnaval, porém, ainda não recebe tanta atenção e importância.

Você acha que rola um trabalho de prevenção e informação legal por parte das autoridades?

Considero que as autoridades deveriam investir na prevenção tanto como existe para álcool e direcão e AIDS/DSTs. Considero que este trabalho deveria, cada vez mais, ampliar e abordar o uso de todas as drogas. Por exemplo, já que se distribui cartilhas de beber e dirigir e camisinha, deveria se distribuir uma cartilha sobre drogas.

LEI NOVA PARA PORTE DE DROGAS

Segundo a nova legislação, a pessoa portando droga para uso pessoal não pode mais ser presa. Você acha que isso vai funcionar na prática ou a tendência, pelo menos nesse começo, é a polícia ignorar isso?

Olha, este tipo de informação corre rápido entre usuários, então, eles sabem muito bem o que podem, não podem e/ou correm riscos e onde. A polícia sabe disto e também sabe que para tráfico “o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente” (Lei nº 11.343/2006, art. 28, § 2º).

Portanto, o problema está em diferenciar uso próprio e tráfico em pequena quantidade. Na prática, não sei, vai depender do usuário, policial, advogado do usuário e juiz.

Marcelo Alvares, psicólogo formado pela USP-SP e especialista em dependência química pelo GREA

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