MÃE TERRA

"TUDO O QUE EXISTE E VIVE PRECISA SER CUIDADO PARA CONTINUAR A EXISTIR E A VIVER:UMA PLANTA,UM ANIMAL,UMA CRIANÇA,UM IDOSO,O PLANETA TERRA"

Leonardo Boff

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Onde tomar injeções


                    Administrar injetáveis é inerente à farmácia e ao farmacêutico. Quando alguém pensa em tomar uma injeção, o que vem à cabeça é a farmácia. Sempre foi um procedimento que pode causar dor e um trauma psicológico, principalmente em crianças, pois, desde pequenas quando queremos assustá-las falamos em “bicho papão” e/ou “ tomar injeção na farmácia”, ou seja, desde cedo nos ensinam a ter medo do “bicho papão” e do farmacêutico. Mas, não é para tanto. Aplicar injeções exige cuidados, pois esta via de administração tem um risco maior quando comparada à via oral por exemplo.
Na injeção intramuscular, a medicação é depositada no músculo, órgão responsável por movimentos, no qual existem muitos vasos sanguíneos, nervos motores e sensitivos. A medicação é absorvida mais rapidamente e tem um melhor aproveitamento pelo corpo, e portanto, temos um efeito mais previsível, além de agir mais rápido e ter um efeito sustentável, o que permite maior intervalo entre doses. Quando aplicada de maneira “certa” usando a técnica “certa”, o local “certo” e o material “certo” é uma via bem segura. Mas, tem suas desvantagens:
- Impossibilidade de interromper o tratamento quando se tratar de injeções mensais/trimestrais ou semanais.
-Caso haja alguma reação inesperada, ela pode ser mais intensa devido a uma absorção mais rápida do medicamento.
- Os medicamentos podem ser neurotóxicos e assim, podem agredir nervos motores, causando uma lesão. Ou seja, não se trata apenas de um trauma mecânico causado pela agulha diretamente no nervo. Depositar a medicação próxima a ele pode trazer problemas na movimentação dos músculos.
- Hematomas, que são vasos que se rompem na entrada ou saída da agulha, provocando hemorragia interna, que não é culpa do aplicador, pois este não pode visualizar por onde passam vasos de maior calibre.
-Abscessos oriundos de contaminação microbiana com “pus”, devidos a falta de higiene no preparo e antissepsia no local da aplicação ou uso de materiais não esterilizados. Ou abscessos assépticos, que são formados pelo aprisionamento da medicação, formando uma cápsula em volta dele, como se fosse um corpo estranho.
-Via errada, a agulha pode estar dentro de um vaso sanguíneo, e neste caso pode ocorrer uma embolia ou um choque caso a medicação não possa ser aplicada diretamente na corrente sanguínea.
-Dor, pode ser minimizada usando a técnica correta, a agulha correta, músculo apropriado, velocidade de aplicação e posição do cliente. Mas, existem medicamentos que devido a sua natureza química são mais doloridos. O uso de luvas é para proteger o aplicador, e não substitui a lavagem das mãos.
Evitar acidentes com material perfurocortante(agulhas), é outro cuidado que o aplicador deve tomar.
Devido aos riscos, falta de profissionais capacitados e baixo preço cobrado, muitas empresas já não estão fazendo este serviço farmacêutico, embora continuem vendendo medicamentos injetáveis. A maioria das farmácias não aplica injeções de medicamentos que eles não comercializaram pois não podem garantir a qualidade do mesmo, ele pode ter sido mal armazenado tanto pela empresa que o comercializou como pelo usuário. Como não é possível identificar se ele está estragado no momento da administração, optam por não aplicar.
O preço do serviço, mais uma vez, não deve ser o diferencial, pois com a técnica “correta”, o material “correto” e um profissional capacitado, a medicação age melhor, o risco de acidentes é menor e o desconforto para o paciente é mínimo.
Dr. Juan Carlos Becerra Ligos - Farmacêutico Bioquímico e Diretor executivo do Sincofarma/SP                   

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