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Leonardo Boff

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Secretaria da Saúde de SP reprova 1,3 milhão de anticoncepcionais

Unidades foram retiradas de circulação em um período de quatro anos.
Segundo o órgão, os anticoncepcionais injetáveis foram os mais reprovados. 

Cerca de 1,3 milhão de anticoncepcionais foram retirados de circulação nos últimos quatro anos pela Vigilância Sanitária de São Paulo, após serem reprovados em análises feitas pelo Instituto Adolfo Lutz. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (30) pela Secretaria de Estado da Saúde.
De acordo com a pasta, um levantamento feito pelo Programa de Monitoramento da Qualidade de Contraceptivos analisou os anticoncepcionais distribuídos na rede pública paulista pelo Programa de Saúde da Mulher - ligado à secretaria - entre os anos de 2007 e 2010.
Ao todo, 154 amostras de 34 lotes foram analisadas no período e 29% delas foram consideradas insatisfatórias, sendo que 28% tiveram problemas nas análises físico-químicas e 1% na análise de rotulagem.
A pesquisa verificou 99 amostras de comprimidos, 52 de ampolas injetáveis e três contraceptivos de emergência, a “pílula do dia seguinte”. Segundo a secretaria, apesar de os comprimidos serem a forma de uso mais frequente, apenas 10% das amostras analisadas apresentaram algum tipo de irregularidade.
Injetáveis
Entre as amostras de anticoncepcionais injetáveis analisadas, 55% tiveram algum problema, de acordo com a secretaria. Além de problema na rotulagem, que não tinha o nome genérico da substância ativa nem o telefone do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), os injetáveis também apresentaram volume menor que o adequado ao produto, o que pode comprometer a eficácia e causar uma gravidez indesejada.
Ainda foram encontrados problemas no aspecto físico-químicos de contraceptivos injetáveis e comprimidos. No caso dos injetáveis, segundo a pesquisa, os problemas de aspecto podem ocasionar graves problemas após a aplicação, como necrose muscular e diminuição da eficácia do medicamento.
De acordo com a secretaria, depois de confirmadas essas irregularidades e diante das contraprovas exigidas pelos fabricantes, ações sanitárias foram tomadas pela pasta e os lotes de medicamentos de quatro laboratórios foram recolhidos.
Segundo a pesquisadora Blanca Markman, do Instituto Adolfo Lutz e responsável pelo estudo, alguns medicamentos que apresentaram irregularidades durante o estudo foram regularizados em lotes posteriores. Mesmo assim, afirma a secretaria, há um monitoramento constante do produto.
“Mesmo não havendo método anticoncepcional 100% seguro, a verificação da qualidade é fundamental para garantir a eficácia terapêutica e diminuir a gravidez indesejada”, diz a pesquisadora

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